A afirmação de Tomanik “[...] a
realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos.
Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos
modificá-la [...]” expõe o papel da ciência: tentar compreender a realidade. Os
cientistas “trabalham” para investigar a realidade mediante suas diversas
facetas e possibilidade de análise. A imparcialidade, a transparência e a
veracidade científica dos resultados dos estudos são garantidas por meio de
normas, avaliações, métodos e técnicas, por mais que os pesquisadores possuam
opiniões, crenças e valores.
A Ciência da Informação possui como
objeto de estudo algo abstrato, polêmico e de extrema importância para todas as
áreas: a informação. A utilidade desse
objeto em diversas áreas é tão variada que “permite” o desenvolvimento de
estudos sobre diversas perspectivas, uso, armazenamento, recuperação,
apresentação, disseminação, dentre outros. O grande risco, no entanto, é que
essa gama de possibilidades de estudo possa gerar “questões problema” as quais
não refletem os anseios de uma pesquisa científica, cuja solução seria apenas
para resolver anseios organizacionais ou pessoais em que a finalidade não é a
de contribuir para o entendimento de um fenômeno/objeto. A CI, por estar
inserida nas Ciências Sociais Aplicadas, pode expor problemas de pesquisa os
quais dificulte a percepção do que é um problema relacionado a ciência do que
seria uma questão administrativa (de processos) ou mercadológica. Entretanto as
teorias e conhecimento desenvolvidos por meio de pesquisas contribuíram para
fomentar e evoluir as questões práticas pertinentes à CI.
Creio
que a ciência “exista” para tentar compreender o mundo e o universo no qual
vivemos bem como para tentar entender e desenvolver as invenções e descobertas
produzidas pela humanidade ao longo dos séculos. As descobertas fazem parte
desses experimentos que buscam entender algo, e nem sempre possuem uma
utilidade para a sociedade incluída nos objetivos de um trabalho/pesquisa
científico (a). A utilidade da ciência para a sociedade viria após o
entendimento de um fenômeno específico.
Essa
compreensão permitiu entender que com a dissertação a minha função como “pesquisadora”
não é de tentar solucionar um problema isolado, mas sim de tentar entender como
ocorre meu fenômeno de pesquisa (interação humano-computador diante interfaces
de periódicos científicos eletrônicos em Ciência da Informação) e talvez o
conhecimento do fenômeno possa resultar em aplicações práticas em benefício
daqueles que utilizam tal interface. Agora tenho consciência de que o meu
trabalho não vá resolver os problemas das interfaces de periódicos eletrônicos,
pois não é esse não é o objetivo da pesquisa científica.
Suzana Francisca
da Rocha.
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