A
conferência 04, realizada no dia 06 de junho do presente ano, pertinente ao
Encontro Latino-Americano de Mulheres discutiu temas relacionados ao acesso à
informação em diversos “segmentos”. As palestrantes discutiram assuntos os
seguintes assuntos:
· A
educomunicação como incentivo à cidadania sustentável - Sucena Shkrada Resk;
· A
comunicação da sustentabilidade na era das redes sociais: o exemplo do “Veta,
Dilma” – Carolina Stanisci;
· Cidades
inteligentes: atuar sobre causas X remediar sintomas – Soninha Francine;
· Estruturas
de contrapoder: ocupando e criando novos espaços de decisão – Lilian Avivia
Lubochinski.
Muitas vezes a temática “acesso à
informação” é analisada e discutida sob o viés da disponibilização, uso e
suprimento de uma necessidade informacional, seja no âmbito organizacional,
acadêmico, científico ou entretenimento. As discussões debatidas na mesa
extrapolaram essa compreensão de acesso à informação e aproximou o uso dessa
temática ao cotidiano da sociedade como um todo.
A educomunicação, por exemplo, visa a troca
de mensagens pela sociedade civil por meio da comunicação, considerando vários “canais”,
ou seja, é um tipo comunicação que tem como objetivo promover a educação
popular utilizando outras formas além das tecnologias existentes. É uma
iniciativa cuja intenção é possibilitar o acesso a informação a todo tipo de
público, permitindo a toda a população liberdade de escolha e participação
nesse processo comunicativo. O interessante aqui é a utilização de vários
canais a fim de permitir a comunicação e indiretamente o aprendizado, e quem
participa não é passivo, o qual só recebe informações. Todos podem contribuir
na tentativa de formar um processo cíclico de aprendizagem em que quem absorve
conhecimento é ativo.
Outra forma de ver o acesso a informação
foi apresentado por Carolina Staninsci com a temática “descomplicar”. A linguagem
com a qual as informações são disponibilizadas ou até mesmo o foco, a relevância
dada á ela pode corroborar para a incompreensão ou desconhecimento da mesma. A
palestrante utiliza as redes sociais (como Facebook
e Twitter as quais permitem acesso
atualizado, compartilhamento e produção da informação) para apresentar em uma
linguagem mais clara, de forma que qualquer pessoa compreenda, notícias e
outras informações divulgadas na mídia, e expõem muitas outras as quais são “ignoradas”
pelos veículos de comunicação. Essa iniciativa permite o acesso à informação de
forma não somente ao acesso em si, mas também ao entendimento, compreensão dos
fatos a fim de permitir um pensamento crítico ou mesmo uma reflexão ao que é
veiculado.
Soninha Francine abordou o tema
sustentabilidade sob a ótica do planejamento de cidades as quais “permitam” o
desenvolvimento das atividades normais de uma cidade integradas com a redução
dos níveis de poluição e de agressão ao meio ambiente. Mas nesse discurso foi
tocado algo que tange o acesso à informação: as cidades não disponibilizam ou
de forma escassa informações básicas, utilitárias tanto para a população quanto
para turistas, principalmente em cidades cuja economia não se baseia nesse
ramo. E de fato muitas cidades falham quanto a disponibilização de informação sobre
transporte público, placas indicando localização de bairros, localização locais
importantes (como teatros, museus, bibliotecas, parques, etc.), localização de
serviços (postos policiais, hoteis, hospitais, etc.).
Enfim, o acesso à informação pode
possibilitar autonomia, liberdade de expressão, aprendizado e uma posição ativa
perante a sociedade sejam por meio de recursos tecnológicos ou não. O meu
projeto de dissertação visa justamente analisar a interação humano-computador
em uma interface de periódico científico eletrônico a fim de verificar a interação entre usuário e interface e até que ponto a interface promove essa liberdade e autonomia para navegar na página. No entanto, fatores como a divulgação do periódico e avaliação
de recursos que possibilitem a comunicação entre o usuário e a revista não são
considerados na idealização do projeto. Talvez esses fatores poderiam ser
considerados na discussão final do trabalho, no sentido de contribuir para uma
futura reformulação da interface a qual pudesse contemplar diversos aspectos e
indiretamente dinamizar a estrutura rígida desses periódicos.
Suzana Francisca da Rocha
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