quarta-feira, 11 de julho de 2012

Fundamentação teórica do projeto


O tema da pesquisa é interação humano-computador a qual tem como objeto os periódicos científicos na área de Ciência da Informação e usuários em potencial. O objetivo da pesquisa é verificar a interação e a influência do comportamento do usuário no uso de uma interface para a recuperação da informação científica em periódicos eletrônicos da área de Ciência da Informação.

Pode-se classificar a pesquisa quanto a natureza: aplicada, quanto a forma de abordagem: quali-quantitativo, descritiva quanto aos objetivos e com relação aos procedimentos técnicos enquadra-se como levantamento. A base empírica são os dez periódicos eletrônicos em Ciência da Informação mais citados os quais utilizam a plataforma do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER), baseados no trabalho de Arruda (2011). Como o estudo se dará mediante interação entre os possíveis usuários e os periódicos, esses constituem a outra base empírica. Esses possíveis usuários serão estudantes da pós-graduação em Ciência da Informação a ser definidos. Serão observados também o comportamento dos usuários mediante a interação com as interfaces dos periódicos.

Pode-se dizer que após as aulas de metodologia a minha percepção sobre a função da dissertação foi modificada. Compreendi que por meio da minha pesquisa tentarei entender o objeto a ser estudado, e para tanto, não é necessário realizar uma pesquisa a qual possa “revolucionar” a Ciência da Informação. As mudanças no projeto de pesquisa foram quanto a compreensão da função do problema bem como a construção do mesmo, a construção dos objetivos e sua importância para o andamento e conclusão da pesquisa, e quanto aos métodos de pesquisa para cada situação.

No entanto, não consegui classificar minha pesquisa quanto aos procedimentos técnicos utilizados. Não sei se minha pesquisa se enquadra como estudo de caso ou como levantamento, visto que alguns pontos ainda não foram definidos e há uma compreensão de que o estudo de caso não é tão relevante para uma pesquisa no nível de pós-graduação por parte de um dos orientadores. Outra questão ainda não definida foi a questão da amostra, a qual segue os mesmos entraves da questão da classificação da pesquisa.
            Para a base teórica serão considerados na pesquisa autores que abordam diversas temáticas para fundamentar o trabalho:

·         Sobre comunicação científica, os canais de comunicação utilizados na comunicação científica, os periódicos científicos e movimento de acesso livre, a via verde e a via dourada e o periódico científico eletrônico (Sely Costa, Fernando Leite, Arthur Jack Meadows, Suzana Mueller, Edilenice Passos, Maria das Graças Targino);

·         Sobre interação humano-computador, interface, experiência de usuário, perfil de usuário, usabilidade, heurísticas, criação de portais e diferenças entre as avaliações heurísticas (Simone Barbosa; Bruno Silva; Cláudia Dias; Jackob Nielsen, Hoa Loranger, Lena Vânia Ribeiro Pinheiro);

·         Sobre comportamento informacional, comportamento de busca por informação, busca de informação, uso da informação (Marco Antônio Carvalho Brum, Ricardo Rodrigues Barbos, Isabel Merlo Crespo, Sônia Elisa Caregnato, Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque, Sely Costa, Carol C. Kuhlthau, Martha Martínez-Silveira, Nanci Oddone);

·         E outros autores que auxiliam quanto a fundamentação da área da Ciência da Informação explicitando as origens da CI, o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação bem como sua inserção na CI (Aldo Barreto, Yves Francis Le Coadice Jaime Robredo).

Suzana Francisca da Rocha.

domingo, 1 de julho de 2012

Paper sobre a Ciência e a Ciência da Informação.



            A afirmação de Tomanik “[...] a realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos. Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos modificá-la [...]” expõe o papel da ciência: tentar compreender a realidade. Os cientistas “trabalham” para investigar a realidade mediante suas diversas facetas e possibilidade de análise. A imparcialidade, a transparência e a veracidade científica dos resultados dos estudos são garantidas por meio de normas, avaliações, métodos e técnicas, por mais que os pesquisadores possuam opiniões, crenças e valores.
            A Ciência da Informação possui como objeto de estudo algo abstrato, polêmico e de extrema importância para todas as áreas: a informação.  A utilidade desse objeto em diversas áreas é tão variada que “permite” o desenvolvimento de estudos sobre diversas perspectivas, uso, armazenamento, recuperação, apresentação, disseminação, dentre outros. O grande risco, no entanto, é que essa gama de possibilidades de estudo possa gerar “questões problema” as quais não refletem os anseios de uma pesquisa científica, cuja solução seria apenas para resolver anseios organizacionais ou pessoais em que a finalidade não é a de contribuir para o entendimento de um fenômeno/objeto. A CI, por estar inserida nas Ciências Sociais Aplicadas, pode expor problemas de pesquisa os quais dificulte a percepção do que é um problema relacionado a ciência do que seria uma questão administrativa (de processos) ou mercadológica. Entretanto as teorias e conhecimento desenvolvidos por meio de pesquisas contribuíram para fomentar e evoluir as questões práticas pertinentes à CI.
Creio que a ciência “exista” para tentar compreender o mundo e o universo no qual vivemos bem como para tentar entender e desenvolver as invenções e descobertas produzidas pela humanidade ao longo dos séculos. As descobertas fazem parte desses experimentos que buscam entender algo, e nem sempre possuem uma utilidade para a sociedade incluída nos objetivos de um trabalho/pesquisa científico (a). A utilidade da ciência para a sociedade viria após o entendimento de um fenômeno específico.
Essa compreensão permitiu entender que com a dissertação a minha função como “pesquisadora” não é de tentar solucionar um problema isolado, mas sim de tentar entender como ocorre meu fenômeno de pesquisa (interação humano-computador diante interfaces de periódicos científicos eletrônicos em Ciência da Informação) e talvez o conhecimento do fenômeno possa resultar em aplicações práticas em benefício daqueles que utilizam tal interface. Agora tenho consciência de que o meu trabalho não vá resolver os problemas das interfaces de periódicos eletrônicos, pois não é esse não é o objetivo da pesquisa científica.
Suzana Francisca da Rocha.